Dois afogamentos no domingo expõem baixo efetivo dos Bombeiros
Publicada em 30/05/2017 às
00:36:00
Os problemas causados pelo baixo efetivo de
soldados do Corpo de Bombeiros Militar de Sergipe (CBMSE), denunciados na
última semana ao Ministério Público Estadual (MPE), foram novamente expostos
neste domingo, quando dois casos de afogamento ocorreram em Sergipe, sendo um
no Rio Sergipe, próximo à Barra dos Coqueiros (Grande Aracaju), e outro no Rio
Piauitinga, em Estância (Sul). Segundo denúncia divulgada pela Associação dos
Militares de Sergipe (Amese), não havia bombeiros mergulhadores escalados para
trabalhar no domingo, o que retardou o início das buscas pelas vítimas.
No caso de Estância, um rapaz
identificado como Fabio Anselmo Cruz Santana, 29 anos, desapareceu no meio da
manhã, depois de mergulhar em uma barragem do Rio Piauitinga, próximo ao
restaurante XPTO. As buscas iniciais foram feitas por guarda-vidas do CBMSE,
que não encontraram a vítima e, de acordo com a Amese, não são especializados
em mergulho. As buscas foram retomadas na manhã de ontem, já com os
mergulhadores do Grupamento Marítimo (GMar). O corpo de Fábio foi encontrado e
resgatado no início da tarde, a dois quilômetros do local do mergulho.Já o afogamento no Rio Sergipe decorreu de um acidente com uma canoa, por volta das 11h. A Capitania dos Portos de Sergipe (CPSE) informou que a embarcação estava ancorada em uma pilastra da Ponte Construtor João Alves (Aracaju/Barra), mas virou bruscamente e derrubou os dois pescadores que nela estavam. Um deles conseguiu se salvar nadando até a margem, mas o outro desapareceu. A Capitania enviou três equipes de busca e salvamento para a área do acidente. Uma equipe dos Bombeiros também esteve no local, mas prestando apoio à Marinha. As buscas foram suspensas no início da noite, em razão da baixa luminosidade, e foram retomadas ao amanhecer de ontem, mas o pescador não foi encontrado.
A promotora Euza Missano, do MPE, confirmou ontem que vai impetrar uma ação civil pública contra o Estado, pedindo que a Justiça obrigue o governo a realizar um concurso público para preencher o efetivo do CBMSE. Ela conduz um procedimento administrativo provocado pela Amese, no qual foi relatado que a corporação tem hoje 539 militares (o efetivo recomendado é de 2.200), sendo seis mergulhadores, para cobrir todo o estado. E que por causa do baixo efetivo, 69% das ocorrências relatadas aos Bombeiros deixam de ser atendidas. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) garantiu que vai prestar explicações ao MPE. (Gabriel Damásio)
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