CAPITÃO SAMUEL DIA HISTÓRICO "PM E BOMBEIRO
MILITAR" SE LIVRAMOS DO FAMIGERADO 'RDE'
16 de Agosto de 2017
Sergipe é uma das unidades da federação em que a Polícia
Militar (PM) ainda estava presa a uma herança da ditadura militar. A PM de
Sergipe continuava normatizada pelo obsoleto Regulamento Disciplinar do
Exército (RDE). A norma abria precedentes para punições – inclusive prisão
disciplinar – por motivos dos mais banais, o que contribuia para a perpetuação
de uma cultura de intimidação dentro dos quartéis e batalhões.
Exemplos não faltam. Se um soldado que andasse pela rua sem
“cobertura” (boné ou quepe), no entorno do quartel – e fosse flagrado por um
superior, ou se um soldado sentasse à mesa do refeitório sem prestar
continência, ao superior que estava no
local, ambos casos, poderia ser punido disciplinarmente.
As apurações consomem dinheiro público, já que os
procedimentos são conduzidos sempre por policiais retirados de serviço para
isso. No decorrer do processo, agentes são intimados a depor – perdendo dias de
trabalho e chegando a enfrentar longos deslocamentos. Um soldado lotado no
interior do estado, à mais de 100 km da capital, por exemplo, poderia ser
convocado a prestar depoimento na capital, simplesmente por ter “curtido” uma
postagem no Facebook, crítica à corporação.
“É um desgaste tanto para o policial, quanto para quem é
convocado como testemunha, quanto para a própria unidade, que fica desfalcada.
É muito desperdício”, avalia o capitão Samuel.
Transgressões
O receio tem justificativa. A intimidação encontra respaldo
no rol de transgressões disciplinares do RDE. São 113 infrações definidas, como
“sentar-se, sem devida autorização, à mesa em que estiver superior hierárquico”
e “deixar, deliberadamente, de cumprimentar superior hierárquico”. A lista
contempla ainda conceitos vagos, como “portar-se de maneira inconveniente ou
sem compostura”, “frequentar lugares incompatíveis com o decoro da sociedade”
ou “ ter pouco cuidado com apresentação pessoal”.
Há décadas, outros estados já sepultaram o RDE e instauraram
um regulamento próprio – e mais moderno. Em Sergipe, o diálogo foi excessivo
para pôr fim ao regulamento do Exército no dia de hoje, (16), mas, segundo o
Deputado Capitão Samuel Alves Barreto, presidente da comissão de segurança
pública de Sergipe (ALESE), precisamos ainda avançar muito, é só o começo, a
luta continua.
“Precisamos formar os policiais pela educação e
não pela via imperativa de medo e punição. A sociedade evoluiu, a PM evoluiu,
mas a legislação ainda era do século passado”, aponta o presidente da AMIRES e
Deputado estadual, Capitão Samuel
FONTE E FOTO: Radiomirageral.com.br
FONTE E FOTO: Radiomirageral.com.br
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